4 SINAIS DE QUE VOCÊ PODE ESTAR VIVENDO UM VÍCIO NO LUGAR DE AMOR

Nem todos os amores evoluem da mesma forma. Embora tenhamos uma tendência a idealizar este sentimento como sempre positivo, o amor também apresenta formas negativas. De um lado, ele tem o poder de impulsionar os amantes para o curso de um mútuo e frutífero crescimento, para uma expansão do eu de cada um, uma verdadeira soma a cada ser. Por outro, existe uma forma peculiar e nociva de amor: sua versão tóxica e viciante, a dependência afetiva.

Este tipo de dependência não apresenta uma substância. O que se depende, aqui, é do outro, ou melhor, da ideia que se faz deste outro. Assim como em outras adições, mesmo sabendo que ela é prejudicial, não se pode viver sem. Isso coloca quem vive este tipo de amor numa verdadeira compulsão da qual não consegue se livrar. Ele tem um começo positivo, como se adentrasse a um belo e frutífero jardim, mas depois da fachada tudo o que sobra é um deserto estéril de sofrimento. O viciado fica preso porque “ele pode voltar a ser o que já foi”.

De acordo com a psicóloga argentina Patricia Faur, que se dedica ao estudo das dependências afetivas, este tipo de amor apresenta quatro características:

1. OBSESSÃO

O adicto emocional passa a orbitar o outro. Este passa a ser o seu centro gravitacional. Sua mente é constantemente invadida por pensamentos sobre a relação. Foca tanto o interesse nisso que as demais áreas de sua vida perdem vivacidade e, nos casos mais graves, perde a produtividade no trabalho ou tem prejudicada a capacidade de se relacionar com amigos e até mesmo a família. Sua atenção é arrastada para seu parceiro o tempo todo de forma irresistível. É só o que consegue pensar. Um sinal da obsessão é quando o olhar fica preso no celular: “será que ele vai me ligar?”, “será que ele leu?”, “por que leu e não respondeu?!”. Os sentimentos de medo e de abandono iminente inundam o peito. O viciado emocional sente como se fosse ser deixado a qualquer instante, como se um mau augúrio o perseguisse incessantemente como uma assombração.

2. CONTROLE

O medo demasiado impulsiona o controle: se controla tudo na relação de uma forma esgotante. O viciado emocional busca todo tipo de ajuda para tentar predizer o futuro, desde cartomantes até livros e terapeutas. O que ele teme é que o outro escape ou que fique insatisfeito, por isso, precisa enxergar tudo de antemão. A relação é posta sob lentes de aumento. Nada pode escapar: o adicto examina com meticulosidade exagerada qualquer indício de que algo não vá bem. O tempo todo fica buscando provas disso e a sua desculpa é que age para evitar. O controle tem a pretensão de acalmar, mas pode elevar o estresse a níveis insuportáveis.

3. TOLERÂNCIA

Da mesma forma como acontece em outras adições, o vício por amor também gera tolerância. Isso significa que uma dose cada vez maior da substância precisa ser ingerida para que se tenha algum efeito. No caso desta forma negativa de amor, essa substância não é o amor em si, mas a dor. Isso porque funciona aqui como emoção ou prova de amor. O adicto passa a tolerar cada vez mais. Os princípios que eram inquestionáveis no início da relação agora vão se evanescendo. Se tolera a mentira, a traição e até mesmo os maus tratos. Justificativas racionalizadas são empregadas para desculpar isso. O mal-estar e a dor são simplesmente apagados e tudo vale apenas para estar com o outro. Pode-se tolerar cada vez mais por isso. O preço deste tipo tóxico de amor começa a ficar cada vez mais caro e as provas ou indícios de amor passam a ficar cada vez menos necessários. Cedo ou tarde, a sensação de que nada é suficiente inevitavelmente aparece.

4. ABSTINÊNCIA

Frente ao rompimento ou sua possibilidade, os sintomas de abstinência irrompem no coração do adicto afetivo: angústia insuportável, pânico, insônia, taquicardia, dentre outros. Se tolera tudo para que a relação não termine. O viciado afetivo não pode viver sem a felicidade ilusória que vivencia nessa relação e que o protege contra o medo da solidão ou de não ser mais o escolhido. Para isso, põe me jogo tudo, inclusive a própria dignidade. O viciado nesse tipo venenoso de amor pode ir até o fundo do poço mais escuro, contanto que esteja acompanhado da pessoa certa.

Se você vive um vício no lugar de amor, você precisa de ajuda. Você trocou amor por uma amarga dependência aprisionadora. Esse tipo de amor é tóxico e pode envenenar sua alma. Os resultados disso vão muito além da sua mente e podem aparecer em seu corpo.

Invista em você!

5 comentários Adicione o seu

  1. Marcia de souza campelo de França disse:

    Nossa vivo isso há 14 anos já separei inúmeras vzs. Divórcio em 11 meses casada novamente com a msm pessoa e hj com TAG, DIABÉTICA HIPERTENSÃO , TRISTE SINTO-ME APRISIONADA POR MIM MSM. OTIMO ESTE TEXTO ME FEZ ENXERGAR Q ESTOU DENTRO DESTA RELACAO DE DEPENDÊNCIA.

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  2. Gabriela Schuetze disse:

    Alguns anos que passei a te seguir e seus textos e reflexões me ajudaram muito. Você faz atendimento online? Obrigada

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    1. Faço sim. Você pode entrar em contato comigo pela aba “atendimento psicológico online” aqui do blog ou pelo e-mail lmateuspsi@outlook.com.
      Um abraço!

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  3. Adina disse:

    Eu acabei de sair de um relacionamento assim.. ainda bem que existem pessoas pra nós ajudar, assim como você, quase perdi a vida, por conta desse relacionamento…

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